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03
Set
09
“O quarto sonho do minotauro”
17
Ago
09
“fazes-me falta…”
365 foram as vezes que o planeta azul girou sobre si mesmo, desde que nos entregaste tudo o que tinhas contigo.
O chronos teima avançar sem pausas… não mostra piedade, é indiferente!
Recordo-te e fazes-me falta…
… como as flores fazem falta às abelhas, a água aos peixes e o calor do fogo às noites frias.
Quero acreditar… que uma daquelas libelinhas azul-turquesa com asas bordadas a ouro que me persegue todos os fins de tarde junto à margem do rio, és tu!!!
Acredito que todas as noites regressas para o teu berço.
A meu Pai.
07
Ago
09
“Diário Gráfico”
Estes registos gráficos foram feitos num caderno portátil afectivo que me acompanha nas viagens que faço. As oportunidades para desenhar não necessitam de espaço e condições específicas…
Margem do Rio Dão, 2009…
27
Jul
09
“mergulhados no desalento”
Num daqueles dias frios e escuros, um corvo vestido de branco luar, poisou no meu ombro e segredou-me ao ouvido que tinha visto uma mulher a chorar e jamais tinha assistido a um momento tão belo.
Fiquei estático e pálido e continuando mergulhado no meu desalento perguntei ao corvo:
… e o homem?!?!?
Entre umas fortes sacudiduras com as suas lustrosas asas, o corvo respondeu:
… nunca vi tal facto… provavelmente os deuses não lhe deram esse direito. Um homem não chora!
22
Jul
09
” o tesouro”
“O Tesouro” permitiu-me dar os primeiros passos no mundo da publicação enquanto ilustrador. Este desafio aliciante nasceu quando a minha vida se cruzou com a do autor Fernando Magalhães. O Arquitecto e Professor fez-me o convite para colaborar no seu projecto irrecusável. Ao fim de algum tempo nascia a nossa primeira “aventura” publicada. A “Temas e Lemas” foi a editora que confiou no nosso trabalho. O livro infanto/juvenil foi lançado e apresentado em Dezembro de 2008. Actualmente o livro esgotou a primeira edição de exemplares.
O meu agradecimento a todas as pessoas que estiveram presentes no lançamento e apresentação do livro.
Quando li pela primeira vez o esboço da história percorreu em mim um sentimento de nostalgia e saudade dos meus tempos de infância… Foi fácil encarnar uma das personagens desta aventura e recordar situações hilariantes que outrora se passaram comigo!!!
Deixo-vos aqui um cheirinho do conteúdo mágico e nostálgico narrado pelo meu amigo Fernando Magalhães.
“Seguiram caminhos estreitos de terra batida e pedra solta que ziguezagueavam entre paredes musgosas de xisto, esteios em granito com arame farpado, loureiros e mimosas, pinheiros bravos, silvas e tojo. Por vezes apareciam tristonhas construções em ruínas, abandonadas no meio do sombrio matagal, a que o súbito grito de uma pêga ou o gorjeio assobiado do melro davam um toque inquietante de mistério e fantasia.
Não se cruzaram com ninguém nos cerca de trinta minutos do percurso; apenas a companhia do chilreio dos pássaros, o latido longínquo dos cães e vestígios da passagem de um rebanho de cabras e gado bovino, até que finalmente avistaram o brilho faiscante do ribeiro ladeado de choupos e canaviais.”
12
Jul
09
“ressurreição”
… dizem que nenhum dos quatro evangelhos descreve a Ressurreição. Não foi testemunhada pelos seguidores de Cristo nem mesmo pelos soldados romanos que foram enviados para o túmulo.
Outrora, enquanto criança, eu acreditava na imortalidade, na minha eternidade. A morte física estaria só e unicamente para os outros e a minha consciência, ainda vegetariana, lutava contra factos e mitos!
A celebração Pascal deixou de ter insignificância no momento que me mostraram que esse dia era mais do que vestir roupa nova e comer pão-de-ló!
… Era a ressurreição carnal e espiritual de “Cristo” que me foi dada a conhecer precocemente.
Era esse o meu herói… um imortal como eu…
Esta obra foi inspirada na “Ressurreição”, obra de El Greco (Doménikos Theotokópoulos).
Cristo desfragmentado sai do túmulo e irradia energia na escuridão. Os soldados apanhados de surpresa, caem no solo enquanto o “Messias” assume o manto cósmico das estrelas.
30
Jun
09
“sobre a tua cabeleira”
Sobre a tua cabeleira
Sobre a tua cabeleira hei-de pôr, para as núpcias,
uma coroa de borboletas,
com suas asas pintadas.
Terás de volta ao pescoço flores de abóbora,
em prata,
e a lua que para ti noites e noites forjei.
Andarás pelo povo sobre um cavalo turquesa.
Um cavalo ardente e leve, animado pelo meu fogo de amor.
E a teus pés eu lançarei uma pedra quente quente:
o coração onde correm
milhões de gotas de sangue.
(Herberto Helder)
26
Jun
09
“Ex Líbris”